1.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Piedade.
Ó Espírito santo, para cuja festa nos preparamos, é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, Deus e Criador como o Pai e o filho, igual a eles em perfeição, em poder, em majestade, em bondade e misericórdia. A preparação desejada pela Madre Igreja não exige pompa aparatosa, mas humildes disposições e sentimentos do coração, que estão ao alcance de todos, ricos e pobres, moços e velhos, sãos e doentes.
O Espírito santo é o Espírito da Piedade. Apenas o receberam os Apóstolos, entregaram-se à oração. Estes homens, que outrora não puderam vigiar uma hora inteira com Jesus Cristo em oração, e que nem sabiam como rezar bem, estes mesmos homens, logo que o Espírito Divino lhes é comunicado, passam largo tempo em oração.
O homem mundano, com os seus desejos mundanos, as suas inclinações mundanas, acha o tempo da oração fastidioso, até mal empregado. Não pode compreender como alguém possa achar paz e contentamento em ocupar-se com Deus. Falta-lhe a Piedade, produzida pelo Espírito Santo, quando entra no coração humano. Ele muda os seus desejos, as suas vistas, as suas inclinações, os seus pensamentos. Torna-lhe todos os objetos de que antes gostava, ou indiferentes, ou odiosos, de sorte que só em Deus ache a sua paz, e possua um coração totalmente novo.
Reza, portanto, instantemente: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito e renovareis a face da terra!"
2.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Sabedoria.
Os Apóstolos por três anos ouviram as palavras de Nossa Senhor e, apesar disso, não entenderam certas verdades da fé. Mas, depois que desceu sobre eles o Espírito Santo, uma Sabedoria sobrenatural iluminou-lhes a alma, uma fé viva e clara fez-lhes compreender essas verdades e transformou a sua vida numa vida de fé.
Muitos cristãos são semelhantes aos Apóstolos antes da vinda do Espírito Santo. Ouvem as verdades da fé, mas não as compreendem nem as aplicam à vida.
O espírito do mundo domina nestes corações, o mundo lhes inspira os desejos, o mundo lhes dirige os afetos, o mundo é a regra dos seus julgamentos; conforme as máximas do mundo encaram as coisas; o mundo neles domina tudo. A respeito de tudo o que vêem, que ouvem, que lhes sucede, pensam como o mundo, como um pagão que não conhece a Jesus Cristo nem ao Espírito Santo. Julgam como o mundo e agem como o mundo. A adversidade os deprime, a prosperidade os eleva; o desprezo os revolta, as honras os lisonjeiam. Vindo, porém, o Espírito Santo ao coração e iluminando ele a alma, enche-a de fé que tudo dirige. Consola-o nas aflições, ensina-lhe a verdadeira caridade, põe-no em contato contínuo com Deus, santifica-lhe as atividades e torna-as meritórias para a eternidade.
Pede, portanto, devotamente: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Pede, portanto, devotamente: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
3.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Recolhimento.
O Espírito Santo afastado foi quem guiou Nosso Senhor e o conduziu para um lugar afastado do movimento mundano. O Espírito Santo inspirou aos Apóstolos o desejo de se recolherem ao cenáculo, onde receberam os seus preciosos e milagrosos dons, ao passo que antes viviam distraídos, dissipados, com pouca inclinação para uma vida recolhida.
Quantos cristãos têm o espírito indevidamente afastado dos deveres do próprio estado, dissipado pelos prazeres e divertimentos, inquietado pelos interesses e pela inveja mal disfarçada, preocupado mesmo durante a oração com mil pensamentos vãos e projetos inúteis. Eles têm medo de ocupar-se com a própria alma, fogem da ocasião de estar a sós consigo e com Deus, que quer levá-los a se recolherem e tratarem da sua salvação. Vindo, porém, o Espírito Santo ao coração, a alma fica satisfeita e feliz em viver recolhida. Só com pesar deixa o seu paraíso interior; no meio das dissipações e deveres exteriores indispensáveis, volta quantas vezes puder ao santuário do seu coração, para entreter-se com Deus. O homem sente-se renovado. Seja o que for que o ocupe, sempre procura unir-se a Deus. Quer coma ou descanse; quer se alegre ou se entristeça; goze de uma posição alta ou humilde; de fartura ou só do necessário, tudo lhe lembra as verdades da fé, tudo lhe ensina o nada das coisas humanas e o valor dos bens eternos, a providência de um Deus santo e misericordioso.
Pede, portanto, este espírito cristão, o espírito interior, que te é comunicado pela vinda do Espírito Santo: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Quantos cristãos têm o espírito indevidamente afastado dos deveres do próprio estado, dissipado pelos prazeres e divertimentos, inquietado pelos interesses e pela inveja mal disfarçada, preocupado mesmo durante a oração com mil pensamentos vãos e projetos inúteis. Eles têm medo de ocupar-se com a própria alma, fogem da ocasião de estar a sós consigo e com Deus, que quer levá-los a se recolherem e tratarem da sua salvação. Vindo, porém, o Espírito Santo ao coração, a alma fica satisfeita e feliz em viver recolhida. Só com pesar deixa o seu paraíso interior; no meio das dissipações e deveres exteriores indispensáveis, volta quantas vezes puder ao santuário do seu coração, para entreter-se com Deus. O homem sente-se renovado. Seja o que for que o ocupe, sempre procura unir-se a Deus. Quer coma ou descanse; quer se alegre ou se entristeça; goze de uma posição alta ou humilde; de fartura ou só do necessário, tudo lhe lembra as verdades da fé, tudo lhe ensina o nada das coisas humanas e o valor dos bens eternos, a providência de um Deus santo e misericordioso.
Pede, portanto, este espírito cristão, o espírito interior, que te é comunicado pela vinda do Espírito Santo: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
4.º dia
O Espírito Santo é o Espírito do Temor de Deus.
Antes de morrer, na véspera do seu trânsito, Nosso Senhor prometeu aos Apóstolos o Espírito Santo: "Se eu me for, disse, enviar-vô-lo-ei." Depois continua, dizendo: "Ele, quando vier, arguirá o mundo do pecado." (Jo. 16,8.) Portanto, ele inspira o Temor de Deus, como o produziu nos Apóstolos, e com tanta luz penetra a alma que ela aborreça o pecado e restabeleça a ordem perturbada por tão grande mal.
O cristão mundano conhece os desregramentos do seu coração, a corrupção dos seus pensamentos, o desvario do seu procedimento, sofre mesmo debaixo deste peso e desta escravidão. Sente os remorsos da consciência, os vitupérios do amor próprio; tem aversão a esta desordem, mas não a coragem para remediar o mal. O Espírito Santo, porém, enche o cristão de santo zelo contra o pecado. Sentindo antes seu coração revoltado contra a mais ligeira humilhação, ele agora começa a procurá-la; sentindo antes antipatia e animosidade secreta, ele agora as reprime por provas externas de caridade; experimentando antes um desejo veemente de dissipações e prazeres, ele o refreia agora pelo recolhimento; conservando antes um apego vil à vaidade e aparência, ele o abate agora com a simplicidade e a modéstia. Antes o desejo de agradar infectava quase todas as suas ações, agora purifica-as pela reta intenção; antes achava dificuldade e repugnância em cumprir certos deveres, agora acrescenta obras não obrigatórias, passando além do indispensável, para tornar suportável o necessário. Que dom precioso para o cristão é o zelo que o Espírito Santo infunde em seu coração!
Suplica, portanto: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Os Apóstolos antes fracos e tímidos, tão covardes que a palavra de uma criada amedrontou ao chefe deles; eles que, escondidos em Jerusalém, não ousavam expor-se ao furor dos judeus, nem confessar a inocência do seu Divino Mestre; descido porém o Espírito Santo sobre eles , já não conhecem mais essa timidez, professam a sua fé em Jesus crucificado, desprezam as ameaças e gloriam-se de ser perseguidos por sua causa.
O cristão mundano conhece os desregramentos do seu coração, a corrupção dos seus pensamentos, o desvario do seu procedimento, sofre mesmo debaixo deste peso e desta escravidão. Sente os remorsos da consciência, os vitupérios do amor próprio; tem aversão a esta desordem, mas não a coragem para remediar o mal. O Espírito Santo, porém, enche o cristão de santo zelo contra o pecado. Sentindo antes seu coração revoltado contra a mais ligeira humilhação, ele agora começa a procurá-la; sentindo antes antipatia e animosidade secreta, ele agora as reprime por provas externas de caridade; experimentando antes um desejo veemente de dissipações e prazeres, ele o refreia agora pelo recolhimento; conservando antes um apego vil à vaidade e aparência, ele o abate agora com a simplicidade e a modéstia. Antes o desejo de agradar infectava quase todas as suas ações, agora purifica-as pela reta intenção; antes achava dificuldade e repugnância em cumprir certos deveres, agora acrescenta obras não obrigatórias, passando além do indispensável, para tornar suportável o necessário. Que dom precioso para o cristão é o zelo que o Espírito Santo infunde em seu coração!
Suplica, portanto: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
5.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Fortaleza.
Os Apóstolos antes fracos e tímidos, tão covardes que a palavra de uma criada amedrontou ao chefe deles; eles que, escondidos em Jerusalém, não ousavam expor-se ao furor dos judeus, nem confessar a inocência do seu Divino Mestre; descido porém o Espírito Santo sobre eles , já não conhecem mais essa timidez, professam a sua fé em Jesus crucificado, desprezam as ameaças e gloriam-se de ser perseguidos por sua causa.
O cristão mundano é dominado pelo espirito de covardia, de timidez e de pecaminosa condescendência. Ele tem medo de passar por um partidário de Deus, por um bom cristão, e, em todas as ocasiões onde se trata de declarar-se por Deus, toma as suas precauções e figura à meia sombra. Quando se vê na emergência às vezes inevitável de desagradar a alguém para não faltar ao seu sagrado dever, julga a omissão legítima. A primeira coisa que examina nos deveres para com Jesus Cristo e a sua Igreja, é o apoio que o mundo dá ou nega à sua atitude. Toda a sua vida é uma sucessão de precauções e providências meticulosas. Quando o Espírito Santo desce ao coração, o cristão já não teme o mundo, e os juízos que ele faz lhe são indiferentes. Os seus ditames, suas risadas, seus escárneos não lhe causam nem medo nem impressão. Gloria-se na virtude mesmo em presença dos que a desprezam. É um cristão que é respeitado por Deus e pelos homens ajuizados.
Rogai, portanto, a Deus: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Rogai, portanto, a Deus: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
6.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Verdade.
Os Apóstolos, antes da vinda do Espírito Santo, fugiam de confessar a verdade; um deles chegou a mentir e jurar falso, e isto à vista de criados, soldados e empregados subalternos. Mas, tendo o Espírito Santo descido sobre eles, afrontam a morte, confessam ante o Supremo Tribunal Judaico sua fé em Jesus Cristo, e,como se a pátria incrédula não oferecesse bastantes perseguições, dispersam-se por todo o mundo. Nem a ferocidade dos povos incultos, nem o horror dos tormentos, nem a crueldade dos tiranos, nem a morte mais ignominiosa, nem o mundo todo revoltado contra eles conseguiu outra coisa senão aumentar a sua constância em anunciar a verdade.
O cristão mundano julga admissível a mentira. Para não se humilhar, mente. Mente para se desculpar, mente para se lisonjear, mente para negociar, mente para ser honrado, mente para não desgostar. A falsa estima, o crédito, a reputação, a amizade, tudo é para ele motivo suficiente de faltar à verdade, desprezando assim as inspirações do Espírito Santo, ofendendo a Divina Majestade, manchando sua alma e desdizendo de sua qualidade de filho de Deus. Quando porém o Espírito Santo entra na alma, o cristão não procura mais o aplauso do mundo mentiroso, mas a verdade. Não procura a amizade falsa, mas os direitos de Deus; não acompanha o exemplo do mundo, mas vence-o. A prova mais segura de ter o Espírito Santo tomado posse dum coração é a estima que tem este coração pela verdade, preferindo-a ao aplauso e à glória e confessando-a até com sacrifícios.
Para receber e conservar este Espírito de verdade, pede: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Os Apóstolos tinham recebido de Nosso Senhor a ordem de pregar o Evangelho a todo o mundo. Quando foram chamados pela autoridade pública, e intimados a não falarem do santíssimo e milagroso Nome de Jesus, nem pregarem mais a doutrina do Redentor, e portanto constrangidos a faltar a sua obrigação de pregar e a cometer um pecado, responderam com altivez: "É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens." E não cessavam de ensinar e pregar a Jesus Cristo nos tempos e pelas casas.
O cristão mundano não cuida da santificação da sua alma. Ele é inimigo de qualquer restrição e de qualquer sacrifício, até nos deveres mais graves que Deus lhe impõe. O espírito que o domina é o espírito da comodidade e da negligência, o espírito da indiferença e do esquecimento dos deveres, o espírito de astúcia para satisfazer as paixões, o espírito de habilidade para justificá-las, o espírito de amor próprio, que corrompe o coração e expulsa o Espirito Santo. Entrando, porém, o Espírito Santo no coração, mostra-lhe todo o horror dos pecados cometidos, todas as chagas vergonhosas que as paixões infligiram à alma, toda a oposição injusta e ingrata da sua vontade, da sua imaginação, dos seus sentidos, do seu corpo contra Deus e sua santa Lei. confundido e arrependido por este conhecimento salutar da sua miséria, pede perdão a Deus podendo assim salva a sua alma e conseguir já neste mundo grande felicidade.
Reza, portanto: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
O Espírito Santo veio aos Apóstolos em línguas de fogo, simbolizando e indicando a natureza de Deus, isto é, o amor que purifica, ilumina e inflama. E infundiu tanto amor em seus corações que cobraram grande horror a qualquer pecado.
Há muitos cristãos que praticam a religião de alguma maneira, mas não aborrecem o pecado como convém a um católico fiel e verdadeiro. Ofendem a Deus com inúmeros pecados veniais. Entregam-se a antipatias, embora não cheguem até o ódio formal. Dão-se a impaciência e ao mau humor, ainda que não provoquem grande escândalo; dissipam-se em prazeres, posto que evitem graves excessos; desejam agradar os outros e deixam-se levar pela vaidade, ainda que sem muito funestas consequências; amam as honras e riquezas, embora não empreguem meios injustos para adquiri-las; são comodistas e um tanto sensuais, se bem que não entreguem ao vício da carne; procuram-se eximir de muitos deveres, embora pratiquem os essenciais. Não praticam talvez em sua vida grandes crimes, mas que esforços fazem para dominar os defeitos de seu caráter? A regularidade aparente de sua vida bem pode ser causada pelo temperamento, pelo meio social, pela idade, talvez até por interesses menos santos e fraqueza de alma, mas tudo isso sem apoio, sem o esteio do amor de Deus, sem o fundamento da doutrina cristã. Ao entrar porém na alma o Espírito Santo, purifica-a do apego a qualquer pecado, também venial, eleva-a para fazê-la viver unida a Jesus Cristo.
Pede, portanto, devotamente: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu, deu aos Apóstolos a ordem de ficarem na cidade de Jerusalém, para receberem o Espírito Santo. Por amor ao Redentor e cheios de profundíssimo respeito para com os seus mandamentos, eles a executarem à risca recebendo assim, profusamente, os dons do Divino Espírito. Não há melhor preparação para a vinda do Espírito Santo do que o amor a Jesus Cristo, pois o Espírito Santo é o Espírito de Jesus Cristo, o Espírito que tem a sua origem não só do Pai, mas também do Filho.
O Espírito de Deus e o espírito do mundo, diz Santo Agostinho, formam aqui na terra duas cidades - Jerusalém e Babilônia - cada uma das quais tem as suas leis, suas máximas, seus cidadãos. Estes dois espíritos dividem o mundo inteiro, os reinos, os estados, as cidades, as famílias, as classes sociais e tudo enfim. Cada homem tem de optar por um dos dois partidos. Faz-se a opção pelo partido de Jesus Cristo amando-o e seguindo as suas leis e as suas máximas. A prova irrefutável de que alguém ama a Jesus Cristo é a observância dos seus mandamentos: quer dizer dos mandamentos de Deus e da Igreja. Se alguém se diz católico e não observa as leis da Igreja, que são as leis do próprio Jesus, não possui o Espírito Santo de Jesus Cristo, nem o poderá receber enquanto durarem estas disposições. Ele pertence, por conseguinte, ao partido do Demônio e será com ele lançado no inferno, tornando-se infeliz para sempre.
Adere-se, portanto, de todo o coração, ao partido de Jesus Cristo, com o propósito de levar uma vida de cristão consciencioso. Assim receberás o Espírito Santo e os seus dons e será ouvida a tua oração: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
O cristão mundano julga admissível a mentira. Para não se humilhar, mente. Mente para se desculpar, mente para se lisonjear, mente para negociar, mente para ser honrado, mente para não desgostar. A falsa estima, o crédito, a reputação, a amizade, tudo é para ele motivo suficiente de faltar à verdade, desprezando assim as inspirações do Espírito Santo, ofendendo a Divina Majestade, manchando sua alma e desdizendo de sua qualidade de filho de Deus. Quando porém o Espírito Santo entra na alma, o cristão não procura mais o aplauso do mundo mentiroso, mas a verdade. Não procura a amizade falsa, mas os direitos de Deus; não acompanha o exemplo do mundo, mas vence-o. A prova mais segura de ter o Espírito Santo tomado posse dum coração é a estima que tem este coração pela verdade, preferindo-a ao aplauso e à glória e confessando-a até com sacrifícios.
Para receber e conservar este Espírito de verdade, pede: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
7.º dia
O Espírito Santo é o Espírito da Santidade.
Os Apóstolos tinham recebido de Nosso Senhor a ordem de pregar o Evangelho a todo o mundo. Quando foram chamados pela autoridade pública, e intimados a não falarem do santíssimo e milagroso Nome de Jesus, nem pregarem mais a doutrina do Redentor, e portanto constrangidos a faltar a sua obrigação de pregar e a cometer um pecado, responderam com altivez: "É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens." E não cessavam de ensinar e pregar a Jesus Cristo nos tempos e pelas casas.
O cristão mundano não cuida da santificação da sua alma. Ele é inimigo de qualquer restrição e de qualquer sacrifício, até nos deveres mais graves que Deus lhe impõe. O espírito que o domina é o espírito da comodidade e da negligência, o espírito da indiferença e do esquecimento dos deveres, o espírito de astúcia para satisfazer as paixões, o espírito de habilidade para justificá-las, o espírito de amor próprio, que corrompe o coração e expulsa o Espirito Santo. Entrando, porém, o Espírito Santo no coração, mostra-lhe todo o horror dos pecados cometidos, todas as chagas vergonhosas que as paixões infligiram à alma, toda a oposição injusta e ingrata da sua vontade, da sua imaginação, dos seus sentidos, do seu corpo contra Deus e sua santa Lei. confundido e arrependido por este conhecimento salutar da sua miséria, pede perdão a Deus podendo assim salva a sua alma e conseguir já neste mundo grande felicidade.
Reza, portanto: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
8.º dia
O Espírito Santo é o Espírito do Amor Divino.
O Espírito Santo veio aos Apóstolos em línguas de fogo, simbolizando e indicando a natureza de Deus, isto é, o amor que purifica, ilumina e inflama. E infundiu tanto amor em seus corações que cobraram grande horror a qualquer pecado.
Há muitos cristãos que praticam a religião de alguma maneira, mas não aborrecem o pecado como convém a um católico fiel e verdadeiro. Ofendem a Deus com inúmeros pecados veniais. Entregam-se a antipatias, embora não cheguem até o ódio formal. Dão-se a impaciência e ao mau humor, ainda que não provoquem grande escândalo; dissipam-se em prazeres, posto que evitem graves excessos; desejam agradar os outros e deixam-se levar pela vaidade, ainda que sem muito funestas consequências; amam as honras e riquezas, embora não empreguem meios injustos para adquiri-las; são comodistas e um tanto sensuais, se bem que não entreguem ao vício da carne; procuram-se eximir de muitos deveres, embora pratiquem os essenciais. Não praticam talvez em sua vida grandes crimes, mas que esforços fazem para dominar os defeitos de seu caráter? A regularidade aparente de sua vida bem pode ser causada pelo temperamento, pelo meio social, pela idade, talvez até por interesses menos santos e fraqueza de alma, mas tudo isso sem apoio, sem o esteio do amor de Deus, sem o fundamento da doutrina cristã. Ao entrar porém na alma o Espírito Santo, purifica-a do apego a qualquer pecado, também venial, eleva-a para fazê-la viver unida a Jesus Cristo.
Pede, portanto, devotamente: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
9.º dia
O Espírito Santo é o Espírito de Jesus Cristo.
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu, deu aos Apóstolos a ordem de ficarem na cidade de Jerusalém, para receberem o Espírito Santo. Por amor ao Redentor e cheios de profundíssimo respeito para com os seus mandamentos, eles a executarem à risca recebendo assim, profusamente, os dons do Divino Espírito. Não há melhor preparação para a vinda do Espírito Santo do que o amor a Jesus Cristo, pois o Espírito Santo é o Espírito de Jesus Cristo, o Espírito que tem a sua origem não só do Pai, mas também do Filho.
O Espírito de Deus e o espírito do mundo, diz Santo Agostinho, formam aqui na terra duas cidades - Jerusalém e Babilônia - cada uma das quais tem as suas leis, suas máximas, seus cidadãos. Estes dois espíritos dividem o mundo inteiro, os reinos, os estados, as cidades, as famílias, as classes sociais e tudo enfim. Cada homem tem de optar por um dos dois partidos. Faz-se a opção pelo partido de Jesus Cristo amando-o e seguindo as suas leis e as suas máximas. A prova irrefutável de que alguém ama a Jesus Cristo é a observância dos seus mandamentos: quer dizer dos mandamentos de Deus e da Igreja. Se alguém se diz católico e não observa as leis da Igreja, que são as leis do próprio Jesus, não possui o Espírito Santo de Jesus Cristo, nem o poderá receber enquanto durarem estas disposições. Ele pertence, por conseguinte, ao partido do Demônio e será com ele lançado no inferno, tornando-se infeliz para sempre.
Adere-se, portanto, de todo o coração, ao partido de Jesus Cristo, com o propósito de levar uma vida de cristão consciencioso. Assim receberás o Espírito Santo e os seus dons e será ouvida a tua oração: "Ó meu Deus, enviai o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra!"
(10 anos cada dia assistindo à Novena pública antes da Festa de Pentecostes. Plenária assistindo ao menos 5 dias. Em outro tempo do ano: 7 anos cada dia, plenária no fim da Novena. Ambas as Indulgências plenárias se lucrarão sob as condições de costume: confissão, Comunhão e orações nas intenções do Santo Padre.)."
Referência bibliográfica:
Obra fragmentada. p. 324-339.
(Indisponibilidade de dados bibliográficos).
"Os 7 Dons do Espírito Santo
Sabedoria
Inteligência
Conselho
Fortaleza
Ciência
Piedade
Temor de Deus."
Referência bibliográfica:
ORAÇÕES E SANTOS POPULARES. Pe. Paulo José Scopel. 19.ª ed. 280.º milheiro. Porto Alegre: La Salle, 1991. p. 42.
ORAÇÕES E SANTOS POPULARES. Pe. Paulo José Scopel. 19.ª ed. 280.º milheiro. Porto Alegre: La Salle, 1991. p. 42.