A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

PAI NOSSO

Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

"Pai-Nosso

O Pai Nosso é uma oração ensinada por Jesus Cristo aos seus discípulos. Ela constitui uma síntese de sua mensagem e expressão de sua relação com o Pai.

Há vinte séculos a Igreja a explica e a comenta.

PAI

Esta invocação inicial é um grito de alegria de um filho. É própria e exclusiva dos discípulos de Jesus, dos que são irmãos de Jesus e participam da filiação divina pelo batismo.

Quando digo "Pai", eu devo me reconhecer como filho de Deus. E me pergunto que tipo de filho eu sou.

Sou um bom filho?

Sou um bom filho como Jesus Cristo que passou fazendo a vontade de Deus e, seguindo a vontade de Deus, deu a vida por nós?

Sigo os mandamentos de Deus?

Ouço sua palavra?

Que valor dou ao batismo pelo qual, por um dom absolutamente gratuito, me tornei filho de Deus?

Que valor dou à Eucaristia, à Missa? 

Lembro-me de Deus?

Rezo durante o dia?

Louvo o bom Pai do Céu?

NOSSO

Quando me volto a Deus e digo "Pai Nosso", percebo e confesso que tenho irmãos em Cristo e, então, faço a pergunta:

Que irmão sou eu?

Procuro preocupar-me com os meus irmãos?

Ajudo os irmãos?

Cuido do próximo?

Evangelizo meus irmãos, as pessoas da minha família, as pessoas com as quais me encontro no meu trabalho e na vida social?

Preocupo-me com os doentes e pobres?

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME

Deus fez-me à sua imagem e semelhança. Que Deus seja manifestado pela minha vida. Que Deus seja manifestado por ação santificadora em mim e nos meus irmãos.
Será que minha vida manifesta a santidade de Deus?
Será que quem me vê pensa em Deus?
Cristo, imagem visível do Pai invisível, mostrou-nos o pai.
E nós, que somos imagem de Deus, o que revelamos?
Como nos apresentamos?
Em nossas conversas revelamos às pessoas um pouco de Deus?
Nosso modo de vestir, o que revela aos outros?
Para que revelemos Deus é preciso seguir o modo de Cristo e deixar muitas modas que desagradam o homem. É preciso seguir o modo de agir de Cristo e ter uma vida santa e agradável a Deus.

VENHA A NÓS O VOSSO REINO

A Igreja é germe e início do Reino definitivo de Deus.
O que estou fazendo para que este Reino aconteça?
Rezo pelos outros?
Rezo pelos pagãos, pelos cristãos que não praticam?
Evangelizar é, antes de tudo, um chamado à conversão e à esperança que se apoia nas promessas de Deus e que tem como certeza inquebrantável a Ressurreição de Cristo, primeiro anúncio e raiz de toda evangelização, fundamento de toda a promoção humana, princípio de toda a autêntica cultura cristã. 
Eu evangelizo?
Eu anuncio Jesus Cristo, que é o Evangelho do Pai, que anunciou com gestos e palavras que Deus é misericordioso para com todas as criaturas, que ama as pessoas com amor sem limites e que quis por Jesus Cristo libertar-nos do maior mal que é o pecado e fazer-nos participar da vida divina?
"O Reino de Deus não é só comida nem bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo". (Rm 14,16-19).

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Qual é a vontade de Deus?

A vontade de Deus é que todos se salvem.

O que estou fazendo neste sentido?

Estou procurando a minha salvação e a salvação dos outros?

Deus quer servir-se de mim para que salve os outros.

O que estou fazendo?

Não estou de braços cruzados?

A vontade de Deus é também que sigamos os mandamentos, que sigamos Jesus Cristo, o Bom Filho, que é caminho, verdade e vida.

Fazer a vontade de Deus é uma graça que devemos pedir sempre.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE

Com este pedido pedimos o alimento material para nós e para todos. E me pergunto se estou fazendo com que todos tenham este alimento.

Estou preocupado com aqueles que passam fome, que não têm saúde e formação? 

Além disso, com esta súplica, estamos pedindo também três coisas importantes: a Palavra de Deus, a Eucaristia e o Espírito Santo.

Que valor dou à Palavra de Deus e da Igreja?

Que valor dou à Missa que é o maior ato de cristianismo?

Peço sempre o Espírito Santo para que nos guie?

PERDOAI-NOS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO

O pedido de perdão é próprio dos que sabem serem devedores em relação a Deus, dos pecadores. Este pedido é formulado no plural pelos membros da Igreja que têm necessidade de progredir constantemente no caminho da penitência e da conversão. 

O pecado ofende a Deus e aos homens. Esta é a trágica consequência do pecado original e também dos pecados pessoais. 
Aqui me pergunto:

Procuro evitar o pecado?

Procuro o perdão dos meus pecados mediante uma boa confissão?

Quem é para mim o caminho, a verdade e a vida?

E Jesus Cristo e a Igreja?

E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO

Nesta súplica os discípulos de Cristo pedem ao Pai para serem preservados de sucumbirem à tentação dos primeiros pais que queriam ser deuses (Gn 3,5), à tentação de quererem rejeitar o senhorio de Deus.

Além disso, eles pedem ao Pai que os preservem de cair no poder do diabo tentador quando, por causa da tribulação e da perseguição por causa de Cristo, se lhes apresenta a hora da prova, o momento de serem ceifados como os grãos de trigo por Satanás, a hora de ceder aos pseudo messias e aos falsos profetas, aos maus exemplos e às mentiras dos pecadores. É nesta hora que podemos perder a fé e pecar. Que o Pai, nesta hora não permita que sucumbamos. Dai-nos naquela hora a vitória sobre o tentador.

MAS LIVRAI-NOS DO MAL

Trata-se da libertação de alguém, do maligno: libertação do inimigo pessoal do Reino, sempre pronto para arrancar a semente da Palavra e semear a cizânia. A sua ação diabólica é contínua e os discípulos de Jesus estão conscientes disso. Por isso à súplica de não cair em tentação, eles acrescentam uma outra, mais insistente e necessária: dai-nos a vitória sobre o tentador, livrai-nos de seu poder de sedução, livrai-nos do maligno.

Dom Altamiro Rossato

Arcebispo de Porto Alegre"

Referência bibliográfica:
Folheto avulso. 
Impossibilidade de dados bibliográficos.