"NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento compõe-se, no cânon completo e definitivo, de 27 escritos distintos: 5 livros históricos (quatro Evangelhos e os Atos dos Apóstolos), 21 Epístolas de diversos apóstolos, e 1 livro de índole profética, o Apocalipse. Tomados em conjunto, somam, em extensão, um quinto de toda a Bíblia e um quarto apenas do Antigo Testamento Como espaço de tempo abrangem, quando muito, cerca de um século: desde o nascimento de Jesus Nazareno (5 a. C. até a morte do seu mais novo e mais amado discípulo (cerca do ano 100 d. C.). Era o primeiro e mais feliz dos séculos daquela longa pax romana, que irmanando sob o cetro de um único monarca a imensa bacia mediterrânea, facilitava providencialmente a propagação da boa-nova, pregada, primeiramente, num canto das fronteiras orientais do vastíssimo império. Nesse variado organismo de tão numerosos povos de origens e línguas diversas, uma língua sobressaía-se sobre as demais como a da cultura e ainda como a mais conhecida e difundida nas relações comerciais: a língua grega. E foi precisamente nessa língua universal que foram escritos e transmitidos até nós todos os livros do Novo Testamento(com alguma exceção do Evangelho de s. Mateus).
É um grego fácil, claro, temperado pelo uso da linguagem falada, adequado à inteligência até as camadas mais humildes da sociedade, às quais era dirigida, com certa predileção, a nova mensagem da salvação evangélica. Nessa roupagem popular os escritos neotestamentários difundiram-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, o mais das vezes escritos em papiros (cf. 2Jo 12), matéria vulgar e de baixo preço, que facilmente se rasgava e mui depressa se estragava. Por esta razão, somente fragmentos nos chegaram das cópias dos três primeiros séculos, preciosos, sem dúvida, como testemunhos da autenticidade daquelas veneráveis páginas. Do IV século em diante generalizando-se o uso de pergaminho ou pele de carneiro, matéria muito mais sólida e resistente, chegaram até nós cópias inteiras, não só de cada um dos escritos, mas também do Novo Testamento inteiro.
Com a difusão e a multiplicação das cópias, o texto, sofreu, pelas mãos dos copistas, alterações de diversas espécies, que lhe ofuscaram a pureza primitiva, sem, todavia, prejudicar-lhe a substância. Surgiram, assim, tipos diversos de textos, com discrepâncias de códices, como lamentava, já no seu tempo, S. Jerônimo, o qual, emendando a antiga versão latina, com o auxílio de bons e antigos manuscritos gregos, reproduziu na sua Vulgata, especialmente nos Evangelhos, o texto sagrado até bem próximo da pureza original, e nesse estado passou ao uso da Igreja latina. No império bizantino, prevaleceu, na idade média, um tipo de texto no qual a união de leituras diversas, a conformação dos textos paralelos, o amaciamento das asperezas ou dificuldades, o brilho da língua fundiram-se numa composição temperada e descolorida, capaz de satisfazer as exigências de um público ávido de um alimento espiritual fácil, de preferência à precisão exegética. Dos manuscritos tardios dessa época, esse texto obscuro passou à imprensa do século XIV e dominou durante três séculos nos estudos bíblicos, contrapondo-se ao teor mais vetusco e austero da Vulgata latina. Daquele texto traduziram-se os Livros Sagrados nas línguas modernas com as versões do século XVI, de protestantes e de católicos.
Conhecendo, depois, os doutos os manuscritos mais antigos, sobretudo o Vaticano 1209 (B), apareceu logo a superioridade do texto aí contido, e o texto bizantino, já pomposamente proclamado "texto aceito por todos" (textus ab omnibus receptus), começou a perder o crédito, até que na segunda metade do século XIX foi definitivamente afastado não só das edições críticas, como também das manuais e escolásticas. Críticos de grande renome, depois de longos e severos estudos, seguindo vias diversas, concordaram em aprovar um texto sensivelmente igual, tanto próximo dos mais antigos manuscritos e da Vulgata, quanto distante do texto outrora em vigor. Uma dessas edições, a quinta entre as várias do Pe. A. Merck, S.J. (Roma, 1945), é a base da presente versão portuguesa. Graças aos progressos da crítica moderna, podemos dar hoje o texto genuíno dos Evangelhos e dos escritos apostólicos, e não somente quanto à substância, como também quanto aos pormenores.
É um grego fácil, claro, temperado pelo uso da linguagem falada, adequado à inteligência até as camadas mais humildes da sociedade, às quais era dirigida, com certa predileção, a nova mensagem da salvação evangélica. Nessa roupagem popular os escritos neotestamentários difundiram-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, o mais das vezes escritos em papiros (cf. 2Jo 12), matéria vulgar e de baixo preço, que facilmente se rasgava e mui depressa se estragava. Por esta razão, somente fragmentos nos chegaram das cópias dos três primeiros séculos, preciosos, sem dúvida, como testemunhos da autenticidade daquelas veneráveis páginas. Do IV século em diante generalizando-se o uso de pergaminho ou pele de carneiro, matéria muito mais sólida e resistente, chegaram até nós cópias inteiras, não só de cada um dos escritos, mas também do Novo Testamento inteiro.
Com a difusão e a multiplicação das cópias, o texto, sofreu, pelas mãos dos copistas, alterações de diversas espécies, que lhe ofuscaram a pureza primitiva, sem, todavia, prejudicar-lhe a substância. Surgiram, assim, tipos diversos de textos, com discrepâncias de códices, como lamentava, já no seu tempo, S. Jerônimo, o qual, emendando a antiga versão latina, com o auxílio de bons e antigos manuscritos gregos, reproduziu na sua Vulgata, especialmente nos Evangelhos, o texto sagrado até bem próximo da pureza original, e nesse estado passou ao uso da Igreja latina. No império bizantino, prevaleceu, na idade média, um tipo de texto no qual a união de leituras diversas, a conformação dos textos paralelos, o amaciamento das asperezas ou dificuldades, o brilho da língua fundiram-se numa composição temperada e descolorida, capaz de satisfazer as exigências de um público ávido de um alimento espiritual fácil, de preferência à precisão exegética. Dos manuscritos tardios dessa época, esse texto obscuro passou à imprensa do século XIV e dominou durante três séculos nos estudos bíblicos, contrapondo-se ao teor mais vetusco e austero da Vulgata latina. Daquele texto traduziram-se os Livros Sagrados nas línguas modernas com as versões do século XVI, de protestantes e de católicos.
Conhecendo, depois, os doutos os manuscritos mais antigos, sobretudo o Vaticano 1209 (B), apareceu logo a superioridade do texto aí contido, e o texto bizantino, já pomposamente proclamado "texto aceito por todos" (textus ab omnibus receptus), começou a perder o crédito, até que na segunda metade do século XIX foi definitivamente afastado não só das edições críticas, como também das manuais e escolásticas. Críticos de grande renome, depois de longos e severos estudos, seguindo vias diversas, concordaram em aprovar um texto sensivelmente igual, tanto próximo dos mais antigos manuscritos e da Vulgata, quanto distante do texto outrora em vigor. Uma dessas edições, a quinta entre as várias do Pe. A. Merck, S.J. (Roma, 1945), é a base da presente versão portuguesa. Graças aos progressos da crítica moderna, podemos dar hoje o texto genuíno dos Evangelhos e dos escritos apostólicos, e não somente quanto à substância, como também quanto aos pormenores.
CRONOLOGIA
Os escritos neotestamentários abrangem, como foi dito, um século apenas. Não obstante seja tão breve o espaço, a cronologia dos fatos, apresenta, por falta de dados suficientes e precisos, dificuldades e incertezas, Daí a grande variedade de opiniões entre os estudiosos. As datas que, para utilidade dos leitores, apresentamos, são as mais comumente admitidas, tendo, porém, valor apenas aproximativo. Como ponto de partida, no uso da era vulgar ou cristã, enquanto o ano 1 deveria ser o do nascimento de Jesus, cumpre dizer, de fato, que, por causa de um erro inicial de cálculo cometido pelo primeiro que introduziu essa era no cômputo das datas (o monge Dionísio, o Pequeno, no ano 525; cf. MIGNE, Patrologia latina, 67,497-502), deve-se transportar aquele memorável e fundamental acontecimento para alguns anos atrás. Com efeito, consta, com certeza, do Evangelho (Mt 2,1-15; Lc 1,5), que Jesus nasceu antes da morte de Herodes, o Grande, que caiu (como devemos deduzir por vários fios da história profana) no início de abril do ano 750 de Roma, que corresponde ao 4º antes da era vulgar. No ano precedente (indicado - 5), colocamos o nascimento de Jesus Cristo, embora permanecendo incerto, quantos meses se passaram, desde o seu nascimento até à morte do tirano. Outro caso grave de incerteza é a duração da vida pública de Jesus. A opinião que mais respeita os dados do texto evangélico é a que a fixa em dois anos e alguns meses. A esta atemo-nos também, no seguinte quadro:
ANO -5.
Nascimento de Jesus. (Mt 2,1; Lc 2,1-7).
ANO +8.
Jesus perdido e encontrado no templo aos 12 anos. (Lc 2,41-51).
ANO 28.
Pregação de S. João Batista. (Lc 3,1-3).
Batismo de Jesus e início de sua vida pública. (Mt 3,13-4,17 e paralelos).
ANO 30.
Paixão, morte e ressurreição de Jesus; com a descida do Espírito Santo começa a pregação dos apóstolos e constitui-se a Igreja primitiva.
ANO 34.
Martírio de Sto. Estevão.
Conversão de Saulo (São Paulo).
ANO 37.
S. Paulo, fugindo de damasco, faz sua primeira visita a Jerusalém, hóspede de S. Pedro. (At 9,23-28; Gál 1,18).
S. Pedro evangeliza a Judeia e a Samaria; acolhe na Igreja os gentios convertidos. (At 9,31-11,18).
Cristandade de Antioquia.
ANO 43.
Martírio de São Tiago.
São Pedro liberado do cárcere, "dirige-se para outro lugar" (At 12,1-17), provavelmente para Roma.
Dispersão dos apóstolos por toda a terra.
ANO 45.
Primeira viagem apostólica de S. Paulo (At 13,1-14,25).
ANO 50.
Concílio dos apóstolos em Jerusalém; decreto para os convertidos do gentilismo (At 15,1-31).
ANO 50-52.
Segunda viagem apostólica de S. Paulo, através da Ásia Menor, da Macedônia e da Grécia (At 15,36-18,22). Suas Epístolas aos fiéis de Tessalônica.
ANO 53-57.
Terceira viagem apostólica de S. Paulo, pela Ásia Menor, pela Acaia e pela Macedônia (At 18,23-21,2). As grandes Epístolas aos coríntios e aos romanos.
ANO 58-59.
S. Paulo prisioneiro em Cesareia da Palestina (At 21,17-26,32).
ANO 60-62.
S. Paulo preso em Roma (At 27,-28,30); Epístolas do cativeiro (Gál, Ef, Flp, Fil).
S. Tiago, o Menor, é morto em Jerusalém.
ANO 63-66.
Últimas viagens apostólicas de S. Paulo. Epístolas pastorais.
ANO 67.
Martírio de S. Pedro e de S. Paulo em Roma.
ANO c. 90.
S. João evangelista é exilado por causa da fé, para a ilha de Patmos, onde escreve o Apocalipse (Apoc 1,9-11).
ANO c. 100.
S. João morre em Éfeso, depois de escrever o seu Evangelho e suas três Epístolas canônicas.
Encerramento da idade apostólica e dos tempos bíblicos."
Referência bibliográfica:
NOVO TESTAMENTO. Tradução dos textos originais Pontifício Instituto Bíblico de Roma. 10ª Edição. São Paulo: Edições Paulinas. 1982. pp. 7-9.
"No sangue de Jesus, Deus fez conosco uma Nova e Eterna Aliança. Do pequeno rebanho de discípulos nasceu por obra do Espírito Santo um novo povo de Deus."
Referência bibliográfica:
O CAMINHO. Síntese da Doutrina Cristã para adultos. Província Eclesiástica de Alagoas. 16ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 1999. p. 125.
"No sangue de Jesus, Deus fez conosco uma Nova e Eterna Aliança. Do pequeno rebanho de discípulos nasceu por obra do Espírito Santo um novo povo de Deus."
Referência bibliográfica:
O CAMINHO. Síntese da Doutrina Cristã para adultos. Província Eclesiástica de Alagoas. 16ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 1999. p. 125.
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