terça-feira, 17 de maio de 2016

A SANTA MISSA

"Tu es Petrus. (Alleluia)
Et super hanc petram aedificabo ecclesiam meam. 
(Alleluia)
Tu és Pedro. (Aleluia)
E sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja.
(Aleluia)."
Referência bibliográfica:
Obra fragmentada. p. 233.
(Indisponibilidade de dados bibliográficos). 

"A SANTA MISSA
São Francisco de Sales
Ensina que a santa missa é o sol dos exercícios espirituais, o centro da religião cristã, o coração da devoção, a alma da piedade, o inefável mistério da caridade divina, pela qual Deus comunica com profusão as suas graças e favores. (Introd. à Vida Devota, II.ª parte, cap. 14.)
O santo sacrifício da missa é sem dúvida o centro da religião cristã. A religião tem por fim prestar à santíssima e infinita majestade de Deus Trino o devido culto, a que tem direito como Criador, Redentor. Proprietário e Senhor. Pai e Benfeitor dos homens. Quem lhe nega esse culto, comete um crime que se chama pecado.
Este culto não pode se restringir a atos internos, mas deve-se manifestar em atos externos porque também o corpo deve servir a Deus. Entre os atos externos da religião, o sacrifício ocupa o primeiro lugar. Foi esta a convicção de todas as nações, não só das civilizadas, como também das incultas, o que é sinal manifesto da verdade dessa persuasão. A fé revelada a confirmou e a põe fora de dúvida.
A explicação é fácil. Quando se oferece a Deus um sacrifício, destrói-se um objeto ou realmente ou equivalentemente, para reconhecer o direito de Deus de dispor de nós, dos nossos bens e da nossa vida. Quanto mais valor possui o objeto destruído, tanto mais Deus é honrado. Ora, no santo sacrifício da missa não se oferecem flores, nem diamantes nem animais, por mais preciosos que sejam, nem a vida de homens, nem mesmo um anjo, mas o Rei de todas as criaturas, o Unigênito Filho de Deus, feito homem, N. S. Jesus Cristo.
O seu sacrifício cruento ofereceu-o no monte Calvário, destruindo a vítima no altar da cruz com a sua morte. Ausentando-se da terra, deixou o santo sacrifício da missa, durante o qual, no momento da consagração, efetuada pelo sacerdote por um milagre da sua onipotência e bondade, ele desceu do céu, ocultando-se sob as espécies de pão e de vinho, e de novo se oferece, realmente, em honra da Majestade Divina, mas de um modo incruento, sendo o mesmo Jesus Cristo o sacerdote e a vítima.
A santa missa é o sacrifício mais perfeito e, apesar de ser um só, é oferecido a Deus por vários fins com a mesma eficácia. Pois ele é:
1.  Sacrifício de adoração e de louvor (latrêutico);
2.  Sacrifício de reconciliação (satisfatório);
3.  Sacrifício de expiação (propiciatório);
4.  Sacrifício de petição (impetratório);
5.  Sacrifício de agradecimento (eucarístico).
O sacerdote principal, invisível, é Jesus Cristo. O sacerdote visível é o padre, que diz a missa e sacrifica em nome de Jesus Cristo. Por esta razão vem revestido dos paramentos, insígnias da sua dignidade.
O sacerdote não fala na língua vernácula do povo:
1.  Porque a missa não é um sermão, mas um sacrifício; portanto, uma ação, cuja significação cada qual facilmente compreende;
2.  Porque trata com Deus, a cujos ouvidos fala em voz baixa podendo, portanto, fazer uso da língua latina tão venerável, estável, concisa e santa;
3. Porque uma só língua, usada em todo o mundo, representa melhor a união dos cristãos, na mesma fé, no mesmo sacrifício, na mesma Igreja.
As cores dos paramentos são um indício dos vários sentimentos com que a Igreja celebra a missa respectiva, os quais deseja despertar também nos fiéis. A cor branca significa a alegria; a encarnada, o amor; a verde, a esperança; lembrando a vida, que é Deus  trino; a roxa, a penitência; a preta, o luto.
Sobre o modo de assistir à missa, São Francisco de Sales nos ensina o seguinte.
Para assistir à missa, real ou espiritualmente, como convém:
1.  Desde o princípio até que o sacerdote venha ao altar, faze com ele a preparação. Esta consiste em por-se na presença de Deus, reconhecer a sua indignidade, pedir perdão das faltas.
2.  Estando o sacerdote no altar, até o evangelho, considera a vinda e a vida de nosso Senhor neste mundo por uma consideração simples e geral.
3.  Depois do evangelho, até ao fim do Credo, considera a pregação do nosso Salvador e manifesta-lhe o desejo de viver e morrer na fé e obediência à sua santa palavra e na união da Santa Igreja Católica.
4.  Após o Credo até o "Pater noster", aplica o teu coração aos mistérios da paixão e morte do nosso Redentor, que atual e essencialmente se realiza neste santo sacrifício, o que, com o sacerdote e com o povo, oferecerás a Deus Padre para a sua honra e tua salvação.
5.  Depois do "Pater noster" até a comunhão fomenta em teu coração inúmeros atos de desejo, pedindo ardentemente a graça de estar junto e unido ao teu Salvador pelo amor eterno.
6.  Depois da comunhão, até ao fim, agradece à Divina Majestade a encarnação, vida, paixão e morte de Jesus Cristo e o amor que nos mostra neste santo sacrifício, e suplica-lhe te seja sempre propício, ati, a teus pais, amigos e a toda a Igreja e, humilhando-te de todo o teu coração, recebe devotadamente a bênção de Deus, que Nosso Senhor te lança por meio do seu ministro.
Se quiseres, porém, durante a missa, fazer a meditação sobre os mistérios que costumas fazer diariamente não será preciso deixá-la para fazer estes atos mencionados, mas bastará fazer no início a intenção de assistir ao santo sacrifício, por meio de tua meditação, já que, em toda a meditação, se acham os atos mencionados, expressa, tácita ou virtualmente.
Assim se expressa o santo doutor."
Referência bibliográfica:
Obra fragmentada. p. 105-109.
(Indisponibilidade de dados bibliográficos). 


"MISSA ESPIRITUAL DOMÉSTICA
São Francisco de Sales recomenda, em caso de impossibilidade, assistir à missa espiritualmente. "Se, por força maior, não puderdes assistir pessoalmente à celebração deste excelente sacrifício, ao menos deveríeis ir lá com o coração e assistir espiritualmente. Ide pois, em espírito a qualquer hora da manhã à igreja, se de outra maneira não vos for possível. Uni a vossa intenção com a de todos os cristãos e fazei, no lugar onde estais, os mesmos atos interiores que faríeis, se realmente estivésseis presentes ao ofício da santa missa, em qualquer igreja.
ORAÇÃO PREPARATÓRIA.
Ó Coração misericordioso de meu Salvador, quisestes dar-me um sacrifício, que pudesse reconciliar-me com o Pai celeste, enriquecer-me de todas as graças e possibilitar o meu dever de louvar e adorar a Divina Majestade, instituindo a santa missa. Quisera nela tomar parte, mas sabeis, ó Coração bondoso, que não me é possível. Peço-vos, pois que aceiteis a boa vontade em lugar do ato. Uno-me, portanto, espiritualmente, a todos os cristãos que estão na igreja, a todos os anjos, que invisivelmente lá se encontram, a todos os sacerdotes, enfim, que oferecem o santo sacrifício, a fim de receber as graças que me daríeis, se estivesse pessoalmente presente.
Mãe misericordiosa, intercedei por mim!"
Indulgência: "(300 dias)".
"São José, rogai por mim!"
"Agora podes rezar as orações de uma das missas."
Referência bibliográfica:
Obra fragmentada. p. 225-226.
(Indisponibilidade de dados bibliográficos).

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